O centenário do nascimento de Marcello Mastroianni não merece ser somente uma data redonda no calendário de efemérides. Amado e invejado por sua beleza clássica e seu charme meridional, Marcello ainda não foi suplantado no imaginário do “latin lover”, desde a cena memorável com Anita Ekberg em “A Doce Vida”.
Outros personagens, porém, antes e depois desta entrada triunfal no imaginário felliniano, conferem uma importância bem mais ampla a este ator na História do Cinema, a partir do início dos anos 1950.
É difícil superar sua filmografia de quase 200 títulos segundo o critério “grandes cineastas”. De Sica, Visconti, Monicelli, Fellini, Risi, Antonioni, Germi, Ferreri, Zurlini, Bellocchio, Scola, Petri e tantos outros, só na Itália. A escala não termina aí, pois ainda nos anos 1960 Mastroianni virou protótipo de ator europeu, o que o levou a trabalhar de Portugal à Rússia, da França à Hungria, da Grécia à Inglaterra. Seu prestígio internacional o trouxe até ao Brasil, à Argentina, em filmes que pedem revisão.
Como abordar tamanha amplitude?
Não basta resumir uma carreira destas à sucessão de atuações extraordinárias.
No curso “O Século de Marcello” escolhemos explorar o protagonismo de Mastroianni na demolição do ideal masculino conduzida com obsessão pelo cinema moderno.
Neurótico, tímido, dependente, impotente, grávido, homossexual, traidor, decaído, ultrapassado, fragilizado e idoso foram algumas das muitas contradições antepostas a sua imagem, mera superfície, de sedutor.
A cada personagem, uma nova recusa, outra falha, frustrações a mais ou, simplesmente, uma dessincronia entre aparência e ação mostram o papel central de Mastroianni na emergência e desdobramento da ideia de crise que alimenta o cinema moderno.
Mastroianni ator é autor junto com os cineastas grandes, ou nem tanto, que o dirigiram, um gene que conecta criações, trafegando de um cinema a outro, de um país a outro sem passaporte.
Filmes:
Domingo de Agosto (1950)
Il viale della speranza (1953)
Os Eternos Desconhecidos (1958)
Noites Brancas (1958)
Filmes:
Bela e Canalha (1954)
Ontem, Hoje e Amanhã (1963)
Matrimônio à Italiana (1964)
Os Girassóis da Rússia (1970)
Filmes:
A Doce Vida (1960)
A Noite (1961)
Dois Destinos (1962)
Filmes:
O Belo Antônio (1960)
Divórcio à Italiana (1961)
Filmes:
Lisa (1972)
Um Dia Muito Especial (1977)
Filmes:
Henrique IV (1984)
As Duas Vidas de Mattia Pascal (1985)
Filmes:
O Apicultor (1986)
O Passo Suspenso da Cegonha (1991)
Três Vidas & Uma Só Morte (1996)
Viagem ao Princípio do Mundo (1997)
Cássio Starling Carlos é mestre em Multimeios pela Unicamp, crítico de cinema da revista Carta Capital e pesquisador de história do audiovisual. Organizou e editou as coleções Cine Europeu, Charles Chaplin, Grandes Diretores do Cinema, entre outras, publicadas pela Folha de S. Paulo.
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03 de outubro a 14 de novembro de 2024
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